Apesar de ser uma doença muito frequente na população (1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos), muitos pacientes, e alguns colegas médicos, ainda associam alguns casos de dor nas costas e nas demais articulações à osteoporose. Mas a verdade é que ela não dói.
O que é osteoporose?
A Osteoporose e a sua forma mais leve, a Osteopenia, são facetas de um mesmo problema: perda progressiva de massa óssea e a sua arquitetura. Ou seja, a estrutura que confere tanto a rigidez quanto a resistência aos ossos vai se fragilizando, tornando-o sujeito à fraturas que não acometeriam o osso sadio.
Essa “fratura por fragilidade” está relacionada à grandes impactos na qualidade de vida dos paciente, com internações prolongadas, além de ser causa de óbito devido aos riscos associados.
É uma doença silenciosa, isto é, não tem sintomas na grande maioria dos casos. E sua frequência aumenta progressivamente com a idade.
Quebrei um osso, é osteoporose?
Depende. Para ser relacionada à osteoporose, o trauma que ocasionou a fratura dever ser de baixa intensidade. Traumas automobilístico por exemplo, têm muita energia envolvidos, portanto qualquer pessoa pode ter fratura sem que tenha doença óssea instalada.
O caso mais clássico para fraturas osteoporóticas são as “quedas da própria altura”, em que a pessoa simplesmente vai ao chão e esse trauma resulta em fratura de punho, coluna ou fêmur. Por ter baixa energia, as fraturas por esse tipo de trauma são conhecidas como fratura por fragilidade e são também critério diagnóstico de Osteoporose.
Tenho osteopenia, tenho risco de quebrar?
Sim! A diferenciação entre osteopenia e osteoporose é feita pela densitometria óssea, que é um exame parecido com radiografia (raios-x) e que serve para aferir/medir a massa óssea. Porém esse exame, embora fundamental, não é capaz de avaliar apropriadamente a porção proteica da estrutura óssea.
Assim, muitas fraturas por fragilidade ocorrem em pacientes com Osteopenia.
Apesar disso, a classificação em osteopenia ou osteoporose é importante para guiar o tratamento, que deve ser proporcional à perda de massa, bem como levar em conta a história pessoal de cada paciente.
E minhas dores são do quê então?
Na maior parte das vezes a confusão se dá entre osteoporose e a osteoartrose (entre os especialistas é chamada de osteoartrite, mas muitos médicos e pacientes tambem chamam de artrose). Acredito que seja apenas pela proximidade dos nomes, são doenças com história e riscos diferentes, necessitando de abordagem e tratamento distintos.
O tratamento da osteoporose inclui medicamentos (para aumentar a massa ossea), dieta saudável e exercícios de levantamento de peso para ajudar a prevenir a perda óssea ou fortalecer os ossos já fracos.
osteoporose nunca dói?
Dói no caso em que o paciente apresentou a fratura. Nesse contexto, o osso quebrado dói sim e a depender do caso, o tratamento pode ser cirúrgico para que a fratura seja resolvida e o paciente possa voltar às suas atividades.
Por isso é muito importante que você:
Faça exercícios físicos regulares, preferencialmente com peso para manter boa massa muscular. Mais musculo = articulações mais fortes, osso mais sadios e também menos quedas.
Alimente-se bem, com uma dieta rica em cálcio (leites e derivados), e com quantidade adequada de proteínas para manter a musculatura, evitando atrofia muscular e sarcopenia.
prepare o seu ambiente, tornando-o mais seguro em RELAÇÃO à sua mobilidade, para que seja reduzido o risco de queda.
Procure um reumatologista: principalmente mulheres na menopausa e homens com mais de 50 anos. Essa avaliação é importante pois pode ser que você precise de suplementos (cálcio ou vitamina D), exames (como a densitometria óssea e outros para causas secundárias) e tratamento medicamentoso específico.